CPI da Covid aponta negociata para ‘desidratar’ Bahiafarma em concorrência no Ministério da Saúde 

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Alexandre Galvão

Política

20 de outubro de 2021 às 10h37

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Foto: Pedro França/Agência Senado

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 flagrou tratativas do lobista Marconny Nunes Ribeiro que tinha como objetivo “desidratar” a Bahiafarma em uma licitação do Ministério da Saúde. Ele teria tido, segundo a CPI, o auxílio de Roberto Dias, ex-diretor do ministério. Dias, por sua vez, é primo de Ronaldo Dias, que dirigiu a Bahiafarma até 2019. As informações estão no relatório do colegiado que será apresentado nesta quarta-feira (20).

Os documentos foram obtidos através da Operação Hospedeiro. Os diálogos envolvem ainda José Ricardo Santana, que estava presente no jantar no restaurante Vasto no dia 25 de fevereiro de 2021, conforme informaram Dias e Blanco à CPI, e que foi Secretário Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos da Anvisa. Eles debatiam  sobre a aquisição de kits de testes rápidos de coronavirus da fabricante Abbott, a serem fornecidos pela empresa Alere AS. 

A segunda colocada na disputa era a Bahiafarma – que tinha preço menor e testes com maior porcentagem de acerto. O “empecilho” para descartar a empresa baiana seria o secretário de Vigilância em Saúde (SVS), Eduardo Marques Macário. 

“Ricardo Santana destaca ainda que precisam ‘botar pressão’ em Eduardo Marques Macário, pois, sem ele, Roberto Dias não consegue concretizar a compra e, Ricardo Santana diz para Marconny avisar com urgência a Danilo Trento que a Bahia Farma está “em segundo lugar (atrás da Abbot) para fornecer testes” e que seu preço é de R$ 59,00. Afirma ainda que o amigo dele (Roberto Dias) não tem relação com a Abbot, mas “tem relacionamento histórico com a Bahiafarma”, e pergunta a Marconny se Danilo consegue ‘desidratar a Bahiafarma’. Marconny diz que vai falar com Danilo”, diz o relato da CPI, que prossegue:

“Marconny envia as mensagens de Ricardo Santana sobre a Bahia Farma para Danilo Trento. Danilo responde que tem ciência e que a Bahia Farma não conseguirá atender. Diz para não se preocupar com Bahia Farma. Marconny repassa essa informação a Ricardo Santana que responde: ‘Sensacional’”.

Não há informação se o grupo logrou êxito na negociação.

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